22 de mar. de 2018
ANIMAIS MECÂNICOS - ABELHAS E ROBÓTICA
ANIMAIS MECÂNICOS - ABELHAS E ROBÓTICA
Lemos em prestigiosa revista que se pretende criar "abelhas robôs" (Muito Black Mirror (mesmo): Walmart planeja criar abelhas robôs, revista Galileu, Fonte (https://revistagalileu.globo.com/…/muito-black-mirror-mesmo… - consulta em 22.3.2018, às 17:30h).
A preocupação é louvável e os investimentos em tecnologia são absolutamente necessários.
Todavia, surge-nos a indagação: -"Será esse o futuro?"
Máquinas substituindo os seres vivos?
Não teríamos tempo de defender a natureza – enquanto é tempo - do que pensar em alternativa robótica?
Para quem nunca se deparou com textos a respeito ou não é afeto às coisas no campo, a polinização leva COMIDA às nossas mesas e são fundamentais as tarefas a respeito, realizadas pelas abelhas. Nas lavouras e plantações de alimentos não é diferente e, segundo o site do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), "mais de três quartos das culturas alimentares do mundo dependem pelo menos em parte da polinização por insetos e outros animais. Entre US$ 235 bilhões e US$ 577 bilhões do valor da produção alimentar global anual depende de contribuições diretas dos polinizadores." (fonte, site do MDA - http://www.mda.gov.br/…/abelhas-essenciais-para-produção-de… - trecho destacado).
Ao estudar a GRILAGEM DE TERRAS e as suas consequências, deparamo-nos com a realidade e os seus reflexos na biopirataria e no desmatamento - a ponto de dedicar ao tema todo o Capítulo I, do Título IV (DEVISATE, Rogério Reis. Grilagem das Terras e da Soberania. 2017, p. 355/371 - https://www.rogeriodevisate.com.br/grilagemdeterrasedasober…) - pois contribui e muito para o desmatamento e às agressões causadas à vida e às fontes de água, além do que a terra usurpada dificulta a fiscalização e a atuação dos mecanismos de controle.
A alteração dos ecossistemas peculiares, como o Cerrado, a Amazônia e a Mata Atlântica têm consequências imensas e já é sensível a desertificação em alguns pontos e o abalo no regime de chuvas e nos níveis dos rios e reservatórios. Há trechos no Cerrado com dezenas de quilômetros de campos plantados e sem uma única árvore nativa visível.
A propósito, Gilberto Freyre já dizia que “nada perturba mais o equilíbrio da natureza do que a monocultura, principalmente quando é de fora a planta que vem dominar a região” (Freire, Gilberto. Casa Grande e Senzala. 51ª. edição, 2006, Ed. Global, p. 96) e temos percebido que o desmatamento em grande escala destina a área desmatada ao pasto ou à monocultura.
Aliás, enquanto escrevia essas breves linhas, a memória resgatou a estória dos “Mecanimais do Sítio” - publicada na Revista Disney Especial n. 16 (“As Máquinas”, abril de 1975, Ed. Abril, 260 páginas) e republicado na revista Anos de Ouro do Tio Patinhas n. 1 (julho de 1991, Ed. Abril, 292 páginas) – na qual o Professor Pardal inventa meios de facilitar o trabalho no sitio, não sendo demais dizer que a estória termina com confusões e problemas criados pelas máquinas.
Seria aquela estória em quadrinhos algum tipo de alerta para o nosso futuro?
Mais do que curiosidade, a matéria em comento é um importante alerta à reflexão.
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